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A síndrome de West é uma forma grave de epilepsia em crianças. Recebe
o nome em homenagem ao médico inglês William James
West (1793-1848), que foi quem primeiro descreveu a síndrome em 1841.
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É relacionada com a idade, geralmente ocorrendo entre o terceiro e
décimo segundo mês, geralmente se manifestando no quinto mês. Possui diversas
causas, sendo geralmente causada por disfunções orgânicas do cérebro cujas
origens podem ser pré-natais perinatais (causadas durante o nascimento) ou
pós-natais.A sua prevalência
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é de cerca de 1 em cada 4000 ou 6000 nascimentos.
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Estatisticamente os meninos são mais afetados que as meninas, numa
taxa de três meninos para duas meninas.
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Causas
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A Síndrome de West pode ser dividida em dois grupos, com relação à
causa: o criptogênio (quando a causa é desconhecida), onde o lactente é
normal até os inícios dos espasmos, sem qualquer lesão cerebral detectável; e
o grupo sintomático (de causa conhecida), onde há prévio desenvolvimento
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neuropsicomotor anormal, alterações ao exame neurológico e/ou lesões
cerebrais identificadas por exames
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deimagem (tomografia computadorizada, ressonância magnética, etc). Em
1991, foi proposta a hipótese da existência de uma forma idiopática, com
evolução benigna no tratamento em curto prazo.
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Em aproximadamente 80% dos casos a síndrome de West é secundária, o
que vale dizer que depende de uma lesão cerebral orgânica. Em muitos casos é
possível determinar a etiologia da síndrome: encefalites a vírus, anoxia
neonatal, traumatismo de parto, toxoplasmose, Síndrome de Aicardi, esclerose
tuberosea de Bounerville. Na
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presença da Síndrome de West, uma exaustiva investigação deve ser
feita:TC
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ou RNM, teste de testagem de erros inatos do metabolismo. Outro tipo
de crises, além dos espasmos, pode estar também associado
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Incidência
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Inicia-se quase sempre no primeiro ano de vida , principalmente entre
os 4 e 7 meses de idade. O sexo masculino é o mais afetado, na proporção de 2
para 1.
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Quadro clínico
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A síndrome de West consiste numa tríade de sinais clínicos e
eletroencefalográficos atraso do desenvolvimento, espasmos infantis e traçado
eletroencefalográfico com padrão de hipsarritmia. As crises são traduzidas
por espasmos ou uma salva de espasmos com seguintes características flexão
súbita da cabeça, com
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abdução dos membros superiores e flexão da pernas (espasmos mioclônico
maciço) é comuma
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emissão de um grito por ocasião do espasmo.
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Cada crise dura em média alguns segundos . As vezes as crises são
representadas apenas por flexão da cabeça (tique de sabam ou ''espasmo
saudatório''). As crises são freqüentes particularmente durante a vigilia,
podendo chegar até a centena ou mais por dia.
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As contrações são breves, maciças, simétricas, levando-se os membros
superiores para frente e para fora e flexionando os músculos o abdômen. São
crianças hipotônicas. Em princípio, o diagnóstico não é fácil, sendo os
espasmos confundidos com cólicas ou com reflexo de Moro. Outra
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manifestação importante é o retardo mental que, em boa parcela dos
casos, pode ser evitado pelo tratamento precoce
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doquadro. Diz-se que as alterações e características clínicas e
evolutivas desta síndrome dependem das condições prévias do SNC do lactante
antes dos surgimentos das crises. Com a maturação da criança , em geral as
crises diminuem e desaparecem por volta do quarto ou quinto ano de vida.
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Evolução, complicação e prognóstico
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Quase sempre é uma perda de cunho neuropsíquico para criança afetada,
esta perda está na dependência da precocidade de diagnóstico e da intervenção
aplicada. A hipsarritmia pode desaparecer ou se transformar no decorrer do
tempo. A criança apresenta sérias complicações respiratórias, devido aos
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freqüentes espasmos, deformidades , principalmente de MMSS e MMII.
Pode ocorrer subluxação do quadril.
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Há possibilidade de remissão total de espasmos infantis considerados
criptogéticos, mas não há confirmação científica de remissão definitiva para
os casos mais graves associados a outras condições ou patologias
neurológicas.
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Crianças apresentam sinais e sintomas de dano cerebral podem vir a
apresentar um quadro de déficit intelectual a posterior, elas devem ser
precocemente estimuladas para diminuir a seu grau de compartimento
intelectual e psíquico.
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Têm sido assinalados os casos em que o desenvolvimento é normal.
Vários autores têm discutido uma associação entre a hipsarritmia e psicose ou
entre hipsarritmia e autismo. A deteriorização do desenvolvimento
neuropsicomotor está presente em 95 % dos casos. O melhor prognóstico ocorre
nos 5% dos casos que permanecem com
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desenvolvimento mental.
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O prognóstico, mesmo nos casos tratados precocemente, permanece
reservado, observando-se em 90% dos casos a presença de deficiência mental.
Distúrbios psiquiátricos são freqüentes. Outras síndromes epiléticas podem
surgir, sendo que 50-60% dos casos evoluem para síndrome Lennox-Gastaut,
epilepsia multifocal ou epilepsia parcial
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secundariamente generalizada.
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Tratamento
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TRATAMENTO CLÍNICO
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clínicoHá uma grande melhora dos espasmos infantis com uso intensivo
do ACTH (hormônio adrenocorticotrófico ) em suas apresentações injetáveis
como: ACTHAR ( Corticotrophin) da Rhône Poulenc Rorer Pharmaceutical inc ou a
sua forma de H.P.ACTHAR Gel (Repository Corticotrophin injection).
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Dizemos que este tratamento pode ser heróico e interromper o quadro
convulsivo, porém só deve ser utilizado sob rigoroso controle médico e
monitoramento cardiopediatrico, já que os corticóides não agem apenas no SNC,
mas todo o organismo da criança, inclusive em seu sistema imunológico.
Segundo os autores Zajerman e Medina somente se
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utiliza esta medicação em casos de Síndrome de
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Westconsiderados criptogênicos, e não em espasmos infantis resultantes
de lesões cerebrais, por exemplo.
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Há casos em que a resposta terapêutica pode aparecer em até 48 ou 72
horas após aplicação de uma primeira dose do ACTH, podendo haver uma
possibilidade de recidiva de crises nos casos considerados mais graves na
dependência da precocidade do diagnóstico e da extensão e gravidade da lesão
cerebral associada.
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Outros anticonvulsivantes têm sido utilizados, isoladamente ou em
combinação nos casos de espasmo infantis, como o Clonazepam, a lamotrigina, o
Ácido Valpróico, o Fenobarbital e o Vigabatrin.
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Tratamento fisioterápico
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O tratamento fisioterapêutico tem como objetivo principal tratar as
seqüelas ou tentar diminuí-las o máximo possível. Como as complicações
respiratórias existentes, deve-se fazer fisioterapia respiratória.
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Outro objetivo é tentar-se evitar as deformidades que surgem ou
amenizá-las, fazendo-se mobilização passiva e alongamentos. Devido a
hipotonia é preciso que se fortaleça os músculos responsáveis pela
respiração.
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Objetivos:
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Equilíbrio da cabeça
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Equilíbrio do tronco
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Seguir as etapas de maturação de acordo com cada criança.
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Em todo paciente com Síndrome de West precisa-se trabalhar
primeiramente extensão de cabeça e de tronco, para que depois, então a
criança seja estimulada a começar a rolar, arrastar, engatinhar, sentar, ..
.Não podemos querer que ela engatinhe, sem que ela consiga fazer extensão
cervical. O tratamento deve ser feito seguindo as etapas de
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evolução, de maturação da criança.
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Os exercícios fisioterápicos devem obedecer as escalas de maturação.
Tendo isso em mente, o fisioterapeuta pode inovar e criar novas maneiras de
serem realizados de duas formas: Utilizando a bola coloca-se a criança em DV
apoiado com cotovelo em cima da bola, e chama-se a atenção da mesma com um
objeto a sua frente.
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Deitado no chão, também com um brinquedo à frente.
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É importante saber que o tratamento da síndrome de west é igual ao
tratamento proposto a criança portadora de paralisia cerebral.
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Hidroterapia
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Durante a terapia em piscina, o calor da água ajuda a aliviar a
espasticidade, mesmo que o alívio seja temporário. Entretanto, a medida que a
espasticidade diminui, movimentos passivos podem ser administrados em maior
amplitude com menor desconforto para o paciente. Deste modo a amplitude
articular pode ser mantida.
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Os movimentos passivos devem ser efetuados lentamente e ritmicamente,
começando com o tronco e articulações proximais, gradualmente incluindo as
articulações distais. Os movimentos devem a princípio ser de natureza
oscilatória e a seguir de natureza rotatória. O tronco e os membros devem ser
movidos em padrões de movimento com
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inibição reflexa. O paciente deve respirar profundamente ecalmamente,
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e o momento do estendimento máximo deve coincidir com a expiração. A
principal dificuldade em obter uma fixação estável para ambos os pacientes e
o terapeuta. Em alguns casos pode ser necessário um segundo fisioterapeuta
para ajudar.
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BibliografiaAJURIAGUERR, J de - '' Manual de Psiquiatria Infantil ''.
Ed Atheneu, 1992 - 2 ediçãoLIPPI, Jose Raimundo da Silva - '' Neurologia
Infantil '' - 1987.DYNSKI, Martha Klin - ''Atlas de Pediatria''.CAMBIER, J .
MASSON, M e DEHEN, H - '' Manual de Neurologia'' Ed Atheneu - 2 edição
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